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Os comportamentos autistas

Foto do escritor: Pandorga Formação AutismoPandorga Formação Autismo

Título: Os comportamentos autistas. Descrição: pessoa caminhando na ponta dos pés

O autismo é, basicamente, nascer sem instinto social; e nascer sem instinto social tem várias consequências. Talvez a principal delas é que isso afeta as relações sociais da pessoa autista, uma vez que ela não percebe as outras pessoas e, dessa forma, não percebe como elas pensam e agem. Diferentemente das pessoas típicas, a pessoa autista não aprende instintivamente como o mundo funciona. Por causa disso, pessoas autistas vivem num estado permanente de insegurança e ansiedade. Leia mais sobre instinto social clicando aqui. Assim sendo, elas precisam de estratégias para conseguir sobreviver num mundo caótico e confuso.


O que as pessoas autistas fazem para sobreviver?

Para sobreviver neste mundo que elas têm dificuldade para compreender, as pessoas autistas frequentemente recorrem a comportamentos que, muitas vezes, podem parecer estranhos. Aliás, a observação desses comportamentos é um dos elementos fundamentais para o diagnóstico de autismo.

Há dois tipos principais de comportamentos autistas:

  • os comportamentos que a pessoa autista utiliza para se autorregular, para tentar, de alguma maneira, controlar ou atenuar os efeitos do seu autismo; e

  • os comportamentos muitas vezes inadequados que as pessoas autistas podem apresentar porque não conseguiram observar e não aprenderam os comportamentos sociais aceitáveis.


Fidget Spinner
O fidget Spinner é usado como um brinquedo estimulante (stim toy)

O que são comportamentos repetitivos, obsessões e rotinas?

Estes são os comportamentos que as pessoas autistas usam para se autorregular, para atenuar os efeitos do autismo.


- Comportamentos repetitivos (também chamados de estereotipias ou stims).

Alguns comportamentos repetitivos ou estereotipias comuns são:

  • enfileirar objetos;

  • girar barbantes, rodinhas de carros, argolas;  

  • flapping (bater com os braços contra as laterais do próprio corpo);

  • abanar braços e mãos;

  • balançar o tronco para a frente e para trás, de pé ou sentado;

  • caminhar sem parar;

  • andar nas pontas dos pés;

  • repetir palavras ou frases continuamente;

  • ter objetos de apego: carrinhos, bichos de pelúcia, paninhos – pode ser realmente qualquer objeto, inclusive objetos pouco práticos, como, por exemplo, uma gaiola.

Estes, e muitos outros, são comportamentos repetitivos.


- Obsessões 

Coleção de carrinhos de brinquedo e miniaturas de carros.
Um dos comportamentos autistas pode ser colecionar objetos de sua preferência.

Obsessões são interesses exageradamente intensos e persistentes. Pessoas autistas podem ter obsessão por um certo jeito de fazer as coisas, por certos materiais, mas principalmente por assuntos específicos (e, às vezes, um pouco estranhos), como, por exemplo, dinossauros, aviões da segunda guerra mundial, submarinos, astrofísica, coleções de ursinhos e outros objetos, esportes e outros.

Embora a pessoa autista não saiba como conduzir uma conversa social espontânea, ser especialista em dinossauros, aviões da segunda guerra mundial ou outro assunto qualquer, lhe dá a segurança de sempre ter o que falar quando estiver com outras pessoas. No entanto, também pode acontecer que a pessoa autista não saiba quando parar de falar sobre seu assunto favorito, tornando a “conversa” muito entediante para as outras pessoas.

 

- Rotinas

Devido ao seu estado permanente de insegurança e ansiedade, pessoas autistas, em geral, gostam de fazer tudo sempre do mesmo jeito, gostam de seguir os mesmos rituais, os mesmos roteiros, as mesmas sequências. Elas querem tudo sempre igual a fim de terem previsibilidade:

  • sempre a mesma van ou ônibus escolar, sempre o mesmo motorista, sempre o mesmo trajeto de casa para a escola;

  • sempre as mesmas pessoas e as mesmas rotinas na creche, na escola ou no trabalho;

  • sempre os mesmos cheiros, os mesmos móveis, a mesma decoração.


Para quem convive ou trabalha com pessoas autistas, a questão da previsibilidade é muito importante. A previsibilidade evita que a pessoa se desorganize, que se depare com situações com as quais não sabe lidar e, consequentemente, evita crises.


O que são comportamentos autistas inadequados? 


Criança chorando por não querer dividir o brinquedo

O outro tipo de comportamento comum entre as pessoas autistas são os comportamentos inadequados. Eles dão na vista porque não são socialmente aceitáveis, não combinam com a etiqueta social costumeira.

  

Como as pessoas autistas nascem sem instinto social, elas não aprendem naturalmente os comportamentos socialmente aceitáveis.


As condutas sociais aceitáveis, a etiqueta de convivência das pessoas neurotípicas, pressupõe atitudes muito básicas como:

  • não invadir o espaço alheio, ou seja, não chegar muito perto das outras pessoas;

  • não falar muito alto;

  • cumprimentar as pessoas, agradecer;

  • observar a hierarquia (familiar, social, escolar, empregatícia);

  • não interromper a conversa das pessoas, esperar a vez, pedir licença;

  • não pegar o que é dos outros – noção de propriedade.


Contudo, as pessoas autistas não sabem fazer tudo isso naturalmente e, por isso, podem cometer gafes. Não porque são mal-educadas, por má vontade ou porque são selvagens. É porque não aprenderam tudo isso instintivamente, observando as outras pessoas desde pequenas. Elas não aprenderam ao natural as normas mais básicas de convivência.

Para sobreviverem no mundo das pessoas típicas, as pessoas autistas precisam aprender etiqueta social assim como se aprende a usar fórmulas matemáticas ou como se aprende a operar uma máquina.

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