Antes de conhecermos a história e a relação entre a Pandorga Formação em
Autismo e a Associação Mantenedora Pandorga (também conhecida como
“Associação Pandorga” ou simplesmente “Pandorga”), gostaríamos de
compartilhar a história por trás do termo “pandorga”.
O que “pandorga” tem a ver com “autismo”? Por que o nome Pandorga?
Esse nome foi escolhido por Heide Kirst, fundadora e coordenadora da Associação
Mantenedora Pandorga – associação que se ocupa do atendimento a pessoas
autistas –, inicialmente chamada de Escola da Pandorga (1995).
Segundo Heide, a pandorga é uma boa metáfora para o autismo porque ela alça voo e
pode ir muito longe no céu, mas sempre precisa de um fio, discreto, que ajude a
conduzi-la sem cercear seu movimento, para que ela não se perca completamente em
seus voos.
Anos depois, em 2008, o termo “pandorga” também passou a compor o nome do novo
setor de capacitação em autismo da Associação Pandorga, a nossa Pandorga
Formação em Autismo.
O que é a Associação Mantenedora Pandorga?
A Associação Mantenedora Pandorga é uma ONG (organização não
governamental), localizada em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, que atua há mais
de 28 anos no atendimento a pessoas autistas. Atualmente, possui dois centros de
convivência para crianças e jovens com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA):
a Casa da Pandorga e a Casa Pandorga Criança.
Hoje a Associação atende 40 pessoas, de 3 até 45 anos, em sua grande maioria
autistas nível 3 de suporte, antes chamados de autistas severos. Além disso, a
Associação presta consultoria para famílias atípicas com familiares autistas de todos
os níveis de suporte (ou níveis de gravidade) e para prefeituras, escolas,
associações, empresas e outras instituições.
Como surgiu a Associação Mantenedora Pandorga?
A história da Pandorga é bem mais longa que seus 28 anos de existência. Os
primórdios da Pandorga vêm de um tempo em que nem mesmo os médicos sabiam o
que era autismo. Naquela época era comum as pessoas dizerem “altismo” em vez de
“autismo”!
Antes de mais nada, é preciso voltar para o ano de 1986, quando Heide Kirst iniciou
seus estudos de educação especial na Suíça.
Ao procurar seu primeiro estágio, foi informada de que havia apenas um local
disponível – era uma instituição onde ninguém queria trabalhar. Essa instituição se
ocupava de crianças autistas. Naquela época, ninguém entendia essas crianças; o
autismo era quase que totalmente desconhecido. Heide quis saber quem eram
aquelas crianças e o que elas tinham de tão diferente. Assim começou a história da
Pandorga. Na sequência do curso, Heide fez dois outros estágios práticos, também
em instituições que atendiam crianças autistas.
Quando retornou ao Brasil, ela começou a ver as crianças com comportamentos
autísticos que ela tinha aprendido a reconhecer, mas que não eram ainda
reconhecidas e diagnosticadas pelos médicos. Pediatras, psiquiatras, neurologistas
diziam que não havia crianças autistas na nossa região.
Nos primeiros anos, Heide trabalhou em várias instituições de diferentes cidades do
Vale dos Sinos. Lá ela via as crianças autistas. Porém, essas crianças não estavam
sendo reconhecidas e muito menos diagnosticadas, e Heide não conseguia se
conformar que elas não recebessem o atendimento adequado, uma vez que eram
tratadas como crianças com deficiência intelectual.
Então, depois de alguns anos de experiências frustrantes, ela decidiu começar um
trabalho próprio. E foi assim que, na sua própria casa, Heide criou a “Escola da
Pandorga”, no ano de 1995, atendendo dois alunos. À medida que a iniciativa se
tornava mais conhecida, mais solicitações de vaga surgiam e, com a ampliação de
suas atividades, fez-se necessária a criação de uma Associação. Em 1999, a Escola
da Pandorga tornou-se a Associação Mantenedora Pandorga.
Como resultado da busca de familiares por um lugar onde seus filhos autistas
pudessem receber um tratamento humano e empático, as dependências da residência
de Heide passaram a não ser mais suficientes para atender as crianças de forma
adequada.
Assim, em 2003, com o auxílio de diversas entidades e parcerias, iniciou-se o plano de
construção da Casa da Pandorga. Com um projeto arquitetônico pensado para
atender as necessidades das pessoas autistas, o centro de convivência foi inaugurado
em abril de 2005.
A necessidade de criar um segundo centro de convivência se deu em razão da grande
diferença de idade dos atendidos, visto que as demandas das crianças autistas são
muito diferentes das demandas de adolescentes e adultos autistas.
Dessa maneira, no ano de 2014, começou a construção do prédio que logo abrigaria a
Casa Pandorga Criança, inaugurada em 2015. O local conta com salas para
atividades, salas sensoriais, espaços de autorregulação, refeitório e banheiros
adaptados, além do espaço externo, onde as crianças autistas podem brincar
livremente. É nas dependências da Casa Pandorga Criança que está localizado o
escritório da Pandorga Formação em Autismo.
O que é a Pandorga Formação em Autismo?
Fundada em 2008 e coordenada por Nelson Kirst, a Pandorga Formação em
Autismo é o setor educacional da Associação Mantenedora Pandorga, voltado à
capacitação de pais/familiares atípicos, educadores e demais profissionais que
trabalham com o público autista.
Sempre buscando professores capacitados em âmbito nacional e internacional, a
Pandorga Formação em Autismo está totalmente comprometida em oferecer
conteúdos de qualidade nos seus cursos e demais publicações. Atualmente, são 19 cursos disponíveis, sendo que 9 deles são ministrados por professoras com ampla
experiência na área e renome no cenário internacional do autismo (Reino Unido e
Bélgica).
Visando oferecer o melhor conteúdo sobre autismo para quem mais precisa dele, a
Pandorga Formação lançou, em 2020, o Pró-Famílias, um programa que oferece
Bolsas Gratuidade de 100% para pessoas autistas e familiares em 1º e 2º graus.
Saiba mais sobre a Pandorga Formação em Autismo e o Programa Pró-Famílias
clicando aqui.
Agora que você já sabe um pouco mais sobre a história e a relação entre a Pandorga
Formação em Autismo e a Associação Mantenedora Pandorga, continue
acompanhando o nosso blog para ler os próximos artigos sobre temas relativos ao
autismo.
Até breve!
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